PROJETO "Meu nome, Minha identidade"
PROJETO "Meu nome, Minha identidade"
PÚBLICO ALVO
Alunos da primeira série
DURAÇÃO
1° Bimestre podendo se estender para um tempo maior de acordo com as necessidades da turma.
JUSTIFICATIVA
A construção da escrita do nome é uma necessidade básica na construção do indivíduo. O nome está sempre nas suas primeiras manifestações da escrita. As crianças em fase de alfabetização podem e devem aprender muitas coisas a partir do trabalho com os nomes próprios da classe em atividades que promovam a socialização da turma , proporcionando ao educador o acesso a um instrumento de avaliação que irá detectar o conhecimento prévio que o aluno possui, quando este demonstra suas hipóteses de escrita do nome.
OBJETIVOS
Possibilitar o acesso ao conhecimento da leitura e da escrita através de atividades com o nome, estimulando a oralidade dos educandos.
- Criar condições para que os educandos compreendam a leitura e seus significados, através das atividades com o nome.
- Possibilitar a integração da turma, através de atividades coletivas, relacionadas aos nomes das crianças, promovendo a socialização entre os mesmos.
ESTRATÉGIAS E RECURSOS
* Auto-retrato e escrita do nome:
- Distribuir para a turma papel e lápis. Cada aluno desenha seu retrato (se possível com a ajuda de um espelho exposto na sala). Escreve seu nome junto ao desenho. Recolhe-se as "fotos" e redistribui-se entre a turma. Cada um tentará adivinhar quem é o dono da foto (pode ser ajudado pelos colegas). O dono da foto se apresenta, diz se gosta ou não do nome, fala algumas coisas sobre si. Os trabalhos ficam expostos na sala de aula ou no pátio da escola.
* História do nome:
- Cada aluno pesquisa em casa com os familiares, a história de seu nome. Em sala, relata o porquê tem este nome. O educador apresenta tiras com o nome completo de cada educando (em letra bastão, bem visível). Depois cada um registra o seu nome completo.
* Construção de crachá:
- Os alunos irão construir um crachá para uso diário. Cada um recebe um cartão com o seu nome (em letra bastão) e o professor acompanha a leitura das letras presentes no nome, mostrando para turma, identificando principalmente as letras iniciais e finais. O aluno então registra num outro cartão o seu nome e faz um pequeno desenho ao lado. Distribui-se os cartões no chão. Cada um pega qualquer cartão e tenta adivinhar de quem é. Logo em seguida, escreve numa folha de papel o nome do colega, formando uma lista de nomes, que será lida pelos alunos, posteriormente, com o auxílio do professor.
* Construção do nome com o alfabeto móvel:
_ Os alunos constroem seus nomes e nomes de um dos amigos usando o recurso das letras móveis. O uso das letras móveis possibilita que o aluno altere a ordem das letras quantas vezes achar necessário.
* Construção da chamadinha:
- Montar um mural com o nome dos educandos, seguindo a ordem alfabética e separando meninas de meninos (os alunos receberão uma cópia dessa chamadinha para colar no caderno de textos.
* Comparação de tamanho de nomes
- Cada aluno constrói com o alfabeto móvel o seu nome e deixa exposto no quadro de pregas para todos visualizarem. O aluno pode construir com o auxílio do educador ou do crachá com o seu nome. Então, verifica-se qual o nome maior, pelo número de letras. Verifica-se também o nome menor e estabelece-se comparações entre a quantidade de letras presentes em cada nome. Mostrar para os alunos que nem sempre o tamanho da pessoa corresponde ao tamanho de seu nome.
* Que letra falta?
- Expor no quadro alguns nomes sem as letras iniciais e, numa atividade posterior as finais. Os educandos registram e depois, completam com as letras que faltam.
* Quebra-cabeça dos nomes.
- Cada educando recebe dois tipos de quebra-cabeças, ambos contendo seu nome escrito, um por letras e outro por sons (sílabas). As partes são misturadas e os educando tentam encaixar na seqüência dos nomes. Dependendo do ritmo da turma, pode-se trabalhar inicialmente apenas com peças que contem letras e posteriormente trabalha-se com sons. Alguns alunos podem necessitar de auxílio
* Trabalhando as silabas a partir dos nomes:
- Montar um quadro com sílabas presentes nos nomes dos educandos. Fazer a leitura dessas sílabas e observar as sílabas correspondentes aos números. Seguindo a seqüência dos números, escreve-se os nomes a partir de suas sílabas e a relação numérica. Verifica-se outras possibilidades de construir outros nomes, usando as sílabas presentes no quadro (ou outras palavras).
* Palavras cruzadas.
_ Ao alunos recebem uma folha mimeografada ou xerocada contendo uma cruzadinha onde devem encaixar os nomes dos amigos de acordo com o número de letras
* Acróstico:
- Formar um acróstico com o nome de cada aluno da turma. Cada um vai dizer as qualidades do colega, que serão escritas conforme a letra presente no nome.
* Caça nomes
Os alunos recebem folha xerocada com um caça cuja finalidade é encontrar nomes de crianças da sala de aula.
AVALIAÇÃO
Observações e registros diários dos avanços dos alunos na construção da escrita do próprio nome, bem como no reconhecimento dos nomes dos amiguinhos da classe e da professora. Observar o uso que os alunos fazem da escrita dos nomes para escrever outras palavras. Analisar as produções de escrita, individuais e coletivas e usar os dados para replanejar de forma a superar as dificuldades encontradas pelos alunos .
O nome da gente de Pedro Bandeira
O Nome da Gente
Pedro Bandeira
Eu não gosto
do meu nome
não fui eu
quem escolheu.
Eu não sei
porque se metem
com um nome
que é só meu!
O NENÊ
que vai nascer
vai chamar
como o padrinho
vai chamar
como o vovô
mas ninguém
vai perguntar
o que pensa o coitadinho
Foi meu pai quem decidiu
que o meu nome fosse aquele
Isso só seria justo
se eu escolhesse
o nome dele.
Quando eu tiver um filho,
Não vou pôr nome nenhum.
Quando ele for bem grande,
ele que escolha um !
Pense e responda.
1º) Quem escolheu seu nome?
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2º) Você gosta do seu nome?
( ) Sim
( ) Não
Por que você escolheu essa resposta?
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3º) Se pudesse mudar seu nome, qual escolheria? Por quê?
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A criança e os nomes próprios
Nada é mais pessoal que nosso nome. É ele que nos identifica, faz com que sejamos reconhecidos, define quem somos, e mesmo que esteja escondido atrás de um apelido, sempre fará parte de nós.
A força do nome nos acompanha é a nossa marca, é por ele que reconhecemos pessoas, nos apresentamos nos lugares, assinamos nossos compromissos.
Essa ligação tão forte que temos com o nome é que faz com que a criança veja sentido em aprendê-lo e iniciar o desafio da aprendizagem.
A escrita do nome parece ser uma peça chave para o início da compreensão e uma oportunidade privilegiada de reflexão sobre o funcionamento do sistema de escrita.
Tanto do ponto de vista lingüístico quanto do gráfico, o nome próprio de cada criança é um modelo estável, tem valor de verdade, dá muitas informações sobre a forma e o valor sonoro convencional das letras, as quantidades necessárias para escrever os nomes, a variedade e a posição das letras em uma escrita convencional.
Como o nome é de memorização rápida, permite a criança estabelecer relações e dá a ela a primeira forma gráfica com estabilidade no processo de aquisição da língua escrita.
Quando escreve o próprio nome, a criança se identifica com ele, o reconhece graficamente e usa-o como fonte de informação para a escrever outros nomes ou palavras.
O nome tem sentido para ela, tem um significado especial, carrega um grande valor afetivo, atribui à criança ser pertencente a um lugar.
Além de representar a criança como pessoa, o nome tem a função social de identificar seus pertences, marcando sua presença e dando a ela a satisfação de pertencer a um grupo.
Na sala de aula
O trabalho com nomes em uma sala de aula é muito rico, pois ao propor aos alunos, por exemplo, que façam uma lista de nomes, o professor está dando-lhes a oportunidade de confrontarem dificuldades, selecionarem letras que já identificam, compararem letras iguais, perceberem dificuldades ortográficas e questionarem dúvidas do processo de aprendizagem.
Para se apropriar do processo de escrita a criança precisa construir respostas para duas questões:
- O que a escrita representa?
- Qual a estrutura do modo de representação da escrita?
A criança, na fase inicial de sua alfabetização, não compreende a escrita como representação da fala e sim como representação do objeto a que se refere. Por isso a escrita do nome é de grande importância para a aquisição e compreensão do sistema de escrita convencional.
As atividades com nomes próprios precisam ir além da montagem de listas ou simples reconhecimento de nomes de colegas ou familiares, é preciso que haja desafios nas atividades para que ocorram situações de conflito quanto à aprendizagem.
A situação de conflito é a oportunidade da interferência do professor, fornecendo dados, questionando, transformando as dificuldades em erros construtivos, levando ao caminho do desenvolvimento e domínio do sistema alfabético de escrita.
Trabalho com nomes em sala de aula
Podemos citar algumas atividades para o trabalho com nomes em sala de aula como:
caça-palavras com os nomes dos alunos da classe, cruzadinhas de nomes, bingo de nomes, montagem de listas de nomes com alfabeto móvel, com ou sem modelo, organização da lista de nomes em ordem alfabética, organização através da última letra, organização de nomes de meninos ou de meninas, contagem de letras em cada nome para comparações como quais têm mais ou menos letras, os que apresentam letras repetidas, os que apresentam letras iguais às de outros nomes, organização de listas pela quantidade de letras, iniciando do que tem mais para o que tem menos letras ou vice-versa e muitas outras atividades.
A cada nova descoberta da criança é preciso que se lance um novo desafio para que ela sinta-se estimulada a continuar a busca pela informação.
As dificuldades devem ser gradativas e possíveis de serem resolvidas para que a criança não só se sinta desafiada como também capaz de soluções.
Numa classe de desenvolvimento heterogêneo a formação de grupos produtivos enriquece o aprendizado, crianças em fases parecidas de desenvolvimento, trabalhando lado-a-lado, faz com que haja uma troca de idéias e possibilita o desenvolvimento do conhecimento.
É preciso que as atividades, para os que já apresentam algum conhecimento sobre o sistema de escrita, apresentem maiores desafios, para isso uma atividade bastante interessante é a criação de novos nomes usando as primeiras sílabas de um e as últimas de outro, por exemplo:
MARTA e LAURA forma MAURA ou RICARDO e GUSTAVO forma RICARTAVO, ou procurar nomes escondidos dentro de outros nomes
MARIANA – MARIA e ANA, ou JULIANA – JULIA e ANA, ou ainda transformar nomes femininos em masculinos
PAULO – PAULA, ou transformar nomes em seus diminutivos
CARLA – CARLINHA, ou ainda transformá-los em plurais
PATRÍCIA – PATRÍCIAs.
Pode-se trabalhar, com os que já apresentam algum conhecimento da escrita, a brincadeira A QUEM PERTENCE?
O objetivo é a identificação dos nomes próprios e a iniciação à leitura.
Material: cartões contendo cada qual o nome de uma criança em letra maiúscula.
As crianças recebem cada qual seu cartão, para aprender a reconhecer seu nome escrito. Isso pode demorar algum tempo. Misturam-se depois os cartões em uma caixa. Uma criança de cada vez retira um cartão. Todos observam e dizem a quem pertence. Continua a brincadeira até que todos os carões sejam retirados e, à medida que forem sendo reconhecidos, cada criança coloca o cartão com o seu nome no peito.
As possibilidades de atividades do trabalho com nomes são muito grandes, têm papel significativo nas classes de alfabetização, porém a competência do professor é fundamental para o desempenho do aluno, pois é ele quem deve propor atividades, desafios e usar da intervenção, dos questionamentos, é preciso que o professor entenda o que a criança pensa e o que vai construindo no processo de escrita, para que a aprendizagem ocorra com sucesso.
Professora: Liliane Mara de Albuquerque
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